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segunda-feira, 7 de maio de 2012

A colheita

Certo dia, Jesus deixou a Judéia e, e foi outra vez a Galiléia. Era necessário passar pela cidade de Samaria, uma região montanhosa pertencente ao antigo Reino de Israel e rival do reino de Judá. Ao descansar junto a uma fonte de água, encontrou uma mulher samaritana, com quem iniciou uma conversa. A mulher ficou surpresa, pois judeus e samaritanos raramente trocavam palavras. Foi então que Jesus disse-lhe:


 “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”.

A mulher ficou tão encantada com as palavras de Jesus que esqueceu a sede, deixando o cântaro perto do poço, e correu para relatar ao seu povo o que Deus tinha feito em seu coração. Logo os discípulos chegaram e estavam preocupados, pois Jesus não tinha se alimentado naquele dia.  Pediram que seu mestre que comesse, porém este respondeu:


“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.”

Tal como dormir e descansar, comer é uma necessidade diária de qualquer ser humano. A primeira vista Jesus estaria negando essa necessidade, mas, após uma análise mais aprofundada das escrituras, percebemos que Ele tinha fome e sede como qualquer pessoa e isto restou comprovado quando passou quarenta dias no deserto sob forte tentação para comer e beber.

O que podemos perceber neste texto é a relativização da importância de água e comida para Jesus. Os seus discípulos estavam bastante preocupados em suprir suas necessidades biológicas, mas o foco de Jesus naquele momento era expandir a boa nova a outros reinos e assim o fez ao encontrar a mulher samaritana perto da fonte de água.

Os seus discípulos estavam vendo o mundo apenas na matéria, mas Jesus estava falando de algo muito mais importante.  Ele nos mostra que, além da comida material, também devemos alimentar nosso espírito com a palavra e a presença de Deus em nossa vida. Essa era a sua mais deliciosa e nutritiva comida. Jesus tinha convicção da sua missão (fazer a vontade do Pai) e de sua visão (concluir a obra a Ele confiada).

Jesus tinha uma missão na terra e nós também temos a nossa. Nós fomos chamados pra falar da boa nova, nós fomos chamados para mostrar para o mundo que há esperança e ajudar àqueles que estão necessitados. Ao imitarmos Jesus, transcendemos uma existência meramente humana e encontrarmos a razão de um novo coração constituído através do espírito santo que nos dá vida. Mas será que vamos olhar para o dia de amanha como sendo uma etapa inconclusa de nossa missão na terra? Há uma obra a ser concluída e você é participante deste processo. Para completarmos nossa missão, não precisamos ser teólogos, pastores ou padres. Talvez não conheçamos nada ou quase nada das escrituras, mas o Deus que a escreveu mora dentro de você. Há pessoas que precisam ouvir urgentemente as maravilhas que Deus fez em nossa vida e até mesmo seu breve testemunho de conversão.

O reino de Deus é uma parceria maravilhosa. Alegra-se quem semeia e alegra-se quem colhe. Talvez você não colha o que está plantando, talvez não seja você que vá colher. Não se preocupe com a colheita, preocupe-se apenas com o semear. Certo dia, um missionário e sua mulher, que estava grávida, foi ministrar a palavra a uma tribo de índios muito ferozes. Após alguns dias, um índio atacou e  matou o missionário. Diferentemente do esperado, sua esposa não desistiu, continuo firme na aldeia a ensinar o evangelho aos ferozes índios. Seu filho nasceu, cresceu e foi batizado. Mas por quem? Por aquele índio que havia matado seu marido, que se converteu e se tornou o líder espiritual daquele povo. 

domingo, 18 de março de 2012

Texto edificador

Pessoal, muitas mudanças têm acontecido na minha vida, para melhor graças a Deus. Estou sem muitas condições de atualizar o blog no momento, mas espero voltar o mais rápido possível. Segue abaixo um texto bastante interessante do pastor Sérgio Queiroz da Fundação Cidade Viva (http://cidadeviva.org/v2):

"FLORESCENDO NO DESERTO

Sem dúvida alguma, o deserto não é o melhor lugar para se viver, pois se trata de uma região que recebe pouquíssima chuva e, consequentemente, possui a reputação de ser capaz de sustentar pouca vida. Desse modo, o grande desafio para os seres que habitam em algum deserto relaciona-se à capacidade de sobreviver e até mesmo florescer em meio à escassez de recursos que poderiam ser usufruídos de maneira abundante em outros lugares.

Refletindo sobre a mensagem de Cristo, não é difícil constatarmos que Deus olha para o mundo caído e dominado por valores hostis à verdade do Reino como sendo um verdadeiro deserto, carente de água viva e de vida plena. Prova dessa afirmação está em uma pregação que Jesus fez durante a comemoração da Festa dos Tabernáculos: “Ora, no seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado. Então alguns dentre o povo, ouvindo essas palavras, diziam: Verdadeiramente este é o profeta.” (João 7: 37-40).

O povo judeu estava celebrando aquela festa para relembrar, com gratidão, as grandes obras de Jeová, e Jesus sabia muito bem o que significou para os judeus a provisão de água dada por Deus durante os quarenta anos de peregrinação pelo deserto. Não obstante, ele tira a questão do âmbito fisiológico e move-a para o campo da existência espiritual, dimensão onde habita a sede da alma, carência que só ele seria capaz de suprir de maneira integral.

Vivemos em um mundo complexo, onde as pessoas estão morrendo de desidratação existencial, mas parecem não perceber. A água de Deus vem sendo trocada por outros “líquidos genéricos” que tentam simular o sabor da verdadeira água, mas não conseguem garantir a vida da alma e do espírito humano.

Também contribuindo para a desertificação da nossa existência plena, temos o que eu chamo de gafanhotos da ética, que ora se apresentam como movimentos de “superação” dos valores bíblicos e que em outros casos vão se infiltrando na sociedade na tentativa de minar a ética de Cristo revelada nas Escrituras. Esses gafanhotos vão, pouco a pouco, devorando valores cristãos como o compromisso com o outro, o respeito aos pais, a pureza sexual, a ética nos negócios e a esperança escatológica, e estão conseguindo transformar vales verdejantes em desertos existenciais, na vida de muitas pessoas.

O grande desafio de Deus para a sua Igreja refere-se à luta para que floresçamos no meio do deserto, para que sejamos sal e luz, e para que não nos esqueçamos de encarnar tantas outras metáforas bíblicas que expressam a possibilidade de vida abundante em meio aos mais inóspitos campos, onde a plenitude da existência humana brota como um sonho.

Nesse mesmo sentido, é interessante sabermos que existem plantas capazes de sobreviver nos desertos. O deserto de Sonora, no sudoeste americano, possui o gigantesco cactus saguaro que serve de ninho às aves do deserto e funciona como uma verdadeira "árvore". O saguaro cresce lentamente mas pode viver duzentos anos. Aos nove anos, ele tem cerca de quinze centímetros de altura, mas chega a quize metros na fase adulta, podendo pesar até 10 toneladas. Assim, como explicar tal capacidade de sobrevivência? Como ser tão robusto em locais com tão poucos recursos hídricos?

Para solucionar o problema crônico da água, o saguaro é equipado com ferramentas para armazenar a água da chuva, sendo o campeão de armazenamento de água no deserto, a ponto de ser chamado de “tanque do deserto”. Ele dissemina as suas raízes rasas por uma área muito grande a fim de sugar o máximo de umidade possível. Para se ter uma idéia, um saguaro de 10 metros de altura pode espalhar raízes por uma área de 30 metros de diâmetro, fato que o possibilita sobreviver o ano inteiro com apenas duas chuvas.

Penso que o Senhor quer que sejamos com o cacto saguaro, capaz de viver e florescer no meio de um mundo espiritualmente desértico. Para isso, firmemos as nossas raízes em Jesus Cristo, pois teremos a certeza de que o Rio de Deus, que flui do Seu Trono, fornecer-nos-á a Água Viva que precisamos para mantermo-nos firmes e inabaláveis neste mundo.

Graça e Paz!
Pr.Sérgio Queiroz"